Por alguma razão que ainda não conseguimos descobrir, a nova licitação da Secom para a escolha das agências de publicidade que atenderão o governo Temer saiu esta semana como sendo a primeira de 2016, ou seja, como se estivesse com um ano de atraso.
Enfim, a página 2 da seção 3 do Diário Oficial da União de terça-feira, 3 de janeiro, publicou o Aviso de Licitação da concorrência nº 1/2016 – UASG 110319 para a “Contratação de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda, compreendendo o conjunto de atividades realizadas integradamente que tenham por objetivo o estudo, o planejamento, a conceituação, a concepção, a criação, a execução interna, a intermediação e a supervisão da execução externa e a distribuição de publicidade aos veículos e demais meios de divulgação”.
O processo foi aberto para selecionar 3 agências para a função que hoje é exercida pela Leo Burnett, Nova SB e Propeg. A verba prevista é de R$ 208 milhões pelos primeiros doze meses. O texto do Edital de Licitação, que pode ser baixado em pdf na página da Secom, estipula que a entrega dos envelopes com as Propostas Técnica e de Preço acontecerá no dia 20 de fevereiro, às 10:00h, no Auditório do Anexo I do Palácio do Planalto.
O briefing define que os objetivos da comunicação serão “Sensibilizar a população brasileira para a adoção de comportamento livre de preconceito ou de discriminação de qualquer tipo (quer seja racial, geracional, de gênero e/ou qualquer outra condição), orientado pela afirmação do respeito integral à dignidade humana e pela busca permanente da liberdade, justiça, igualdade e da paz”. Tudo isso no escopo dos “Direitos Humanos”, que o edital divide nos seguintes itens: Crianças e Adolescentes, Pessoas com Deficiência, Pessoa Idosa, LGBT, Igualdade de Gênero e Igualdade Racial.
O edital cita que “não existem registros recentes de ações de comunicação desenvolvidas pelo Governo Federal que tenham abordado a questão dos direitos humanos, em seu espectro comportamental, tendo a sociedade como seu agente de implementação, tal como se objetiva na presente ação”. De qualquer forma, ele relaciona vários links de ações semelhantes realizadas nos últimos dois anos, como os esforços para o serviço de “Ligue 180”, para denúncias de violência contra as mulheres.
Investimento da Secom em 2015
De acordo com o edital, durante o Governo Dilma, em 2015, a Secom investiu R$ 179,8 milhões em publicidade, dos quais R$ 164,7 milhões em mídia e R$ 15 milhões em produção.
A televisão ficou com a maior parcela daquele valor veiculado, R$ 103 milhões, deixando o rádio em segundo, com distantes R$ 25,3 milhões. A surpresa da Janela foi verificar que Internet teve mais do que o dobro dos jornais. Enquanto estes receberam investimentos de R$ 9,1 milhões, os sites e redes sociais receberam autorizações no valor de R$ 23,1 milhões.
Outros meios — provavelmente Mídia Exterior — levaram R$ 3,4 milhões, enquanto as revistas foram relegadas à conta, quase simbólica, de 641 mil reais.